Os Preludios Epigramaticos são seis pequenas peças, em que a ideia musical se forma a partir de fragmentos de poemas de Miguel Hernandéz. Portanto musica programática, ou seja, musica que nasce de uma ideia não musical. O conceito contrário é o de música "pura". O que faria desta impura, ou vá, contaminada... E não sei porquê mas gosto bastante da ideia de musica contaminada. Talvez por ser um conceito menos estanque.
Tenho a ideia de que, no geral ,estas peças são bastante desvalorizadas, consideradas fáceis, e peças menores deste compositor. E isso faz-me lembrar uma história que ouvi em segunda mão, numa Masterclass...
Leo Brouwer ouve o aluno tocar uma composição sua, o "Elogio de la Danza", e no final o primeiro comentário é: Con essa hay que hacer muchas mariconadas no? (traduzindo para os que têm o castelhano mais enferrujado: com esta tem de se fazer muitas paneleirices não é?).
Mesmo dentro do meio há muita gente que só valoriza aquilo que os faz brilhar. As peças rápidas em que o intérprete passa por virtuoso, sejam fogo-de-artifício ou não. E por vezes, quando é outro tipo de repertório, há quem passe por cima de muitas mariconadas que fazem com que a peça resulte.
Isto para dizer que estas peças me deram bastante trabalho a tocar, principalmente porque a simplicidade às vezes é mesmo difícil de atingir. Mas acho que importa pouco, no final, se isso é perceptível ou não. Agora se as coisas têm profundidade, com mais trabalho ou menos, essa profundidade tem de aparecer. Um intérprete de ego inflacionado cai facilmente no erro de achar que é a peça que não presta, quando é simplesmente ele que não consegue fazer com que ela soe bem.
O maior problema destes Preludios, para mim. é que a riqueza dos efeitos harmónicos se perde numa má acústica, ou numa gravação. E aínda assim conseguem ser bons. Enfim, amanhã eles começam a aparecer por aqui, e podem julgar por vocês próprios.
Isto para dizer que estas peças me deram bastante trabalho a tocar, principalmente porque a simplicidade às vezes é mesmo difícil de atingir. Mas acho que importa pouco, no final, se isso é perceptível ou não. Agora se as coisas têm profundidade, com mais trabalho ou menos, essa profundidade tem de aparecer. Um intérprete de ego inflacionado cai facilmente no erro de achar que é a peça que não presta, quando é simplesmente ele que não consegue fazer com que ela soe bem.
O maior problema destes Preludios, para mim. é que a riqueza dos efeitos harmónicos se perde numa má acústica, ou numa gravação. E aínda assim conseguem ser bons. Enfim, amanhã eles começam a aparecer por aqui, e podem julgar por vocês próprios.