living under my fingers

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lamentos do Morro

Possivelmente o Samba mais marcante que já ouvi para que Guitarra Solo, pelo qual a grande maioria virtuosos brasileiros passam, mais cedo ou mais tarde na sua carreira. 
A minha versão respeita, mais uma vez, a transcrição de Paulo Bellinati, a interpretação original do Garoto e (espero) a energia incrível desta peça. 
Dentro das minhas possibilidades, com cada pingo de alma, no final da próxima semana cá há-de estar um samba chamado Lamentos do Morro.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Regresso

Para breve, e com a esperança de ir publicando regularmente, sem pequenas eternidades pelo meio.

Até já!

domingo, 4 de julho de 2010

Preludio Epigramatico No3 - Leo Brouwer

"Alrededor de tu piel, ato e desato la mia"... Quem senão um grande poeta, para sugerir um acto de maneira tão pouco subtil, e no entanto tão bonita. Em torno da tua pele ato e desato a minha. Sem dúvida que põe cada alma que a lê em devaneios pessoais.

Leo Brouwer explora a ideia a rigor, repetindo diferentes motivos enquanto vai variando a intensidade, a altura das notas e os timbres, tornando-os umas vezes mais àsperos, outras mais suaves, violentos ou delicados, mas partindo sempre das mesmas ideias. Os Ostinatos que usa recorrentemente nestes Preludios, aqui mais apropriados que nunca.

a (casta) dedicatória de Leo Brouwer: a mi esposa Cristina


Preludio Epigramatico No3 - Leo Brouwer from Tiago Alexandre on Vimeo.

Preludio Epigramatico No2 - Leo Brouwer

O título "Tristes hombres si no mueren de amores" pode parecer paradoxal à primeira impressão. No entanto a ideia de fundo é, possivelmente, que é mais triste morrer sem conhecer o amor, do que morrer de amor. Ou até assumindo a expressão morrer de amores como a hipérbole que ela é, pois na realidade ninguém morre de amores. Quando muito morre-se dos sintomas!
Leo Brouwer explora a ideia que emana da frase com uma peça de contrastes, entre as partes rápidas em ligados e as lentas e idílicas com harmonias em constante movimento. O final, esse, aponta claramente para o infinito...

dedicatória de Leo Brouwer: a Ichiro Suzuki (grande guitarrista japonês)

Preludio Epigramatico No2 - Leo Brouwer from Tiago Alexandre on Vimeo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Post comemorativo

Hoje num feliz acaso, revirava partituras, e descobri esta efeméride:

Dia 28 de Junho de 1915, na cidade de São Paulo, nascia Anibal Augusto Sardinha. Filho de pais portugueses, e nascido no seio de uma família onde toda a gente, segundo reza a crónica, tocava razoavelmente bem algum instrumento.

O meu caríssimo Garôto faria hoje 95 anos, não tivesse morrido com 39, e com tanta glória pela frente. Quis muito gravar hoje outra peça dele, mas faltaram-me as forças (sobretudo na mão esquerda, que as peças dele não perdoam). Amanhã há-de cá estar a minha singela homenagem a este senhor.

domingo, 27 de junho de 2010

Preludio Epigramatico No1 - Leo Brouwer

"Desde que el Alba quiso ser Alba, toda eres madre" é o fragmento do poema que origina este Preludio. Em português usa-se pouco a palavra alba, que significa a claridade que precede o nascer do Sol, mas ela existe. Desde que a Alba quis ser Alba, toda tu és mãe. Parece-me a tradução mais aproximada.

É uma frase que sugere uma imagem fora do tempo. Uma mistura entra a ideia do nascimento de uma nova vida com o despontar do dia. Para passar a ideia de intemporalidade Brouwer usa um Ostinato, que é uma técnica de composição em que um motivo é repetido (obstinadamente...) por um periodo de tempo. Então esta musica aparece e desaparece quase como se sempre tivesse lá estado. Quanto ao resto prefiro não vos sugestionar. Todo este parágrafo é já uma interpretação pessoal. Sintam-se a vontade para descobrir na frase e na musica outras coisas.

A dedicatória de Leo Brouwer: a mi esposa Cristina

Preludio Epigramatico No1 - Leo Brouwer from Tiago Alexandre on Vimeo.


sábado, 26 de junho de 2010

Groupies...

 
Mickael Viegas. Leo Brouwer. Eu.
Córdoba, 2006

Preludios Epigramaticos - Leo Brouwer

Os Preludios Epigramaticos são seis pequenas peças, em que a ideia musical se forma a partir de fragmentos de poemas de Miguel Hernandéz. Portanto musica programática, ou seja, musica que nasce de uma ideia não musical. O conceito contrário é o de música "pura". O que faria desta impura, ou vá, contaminada... E não sei porquê mas gosto bastante da ideia de musica contaminada. Talvez por ser um conceito menos estanque.

Tenho a ideia de que, no geral ,estas peças são bastante desvalorizadas, consideradas fáceis, e peças menores deste compositor. E isso faz-me lembrar uma história que ouvi em segunda mão, numa Masterclass...
Leo Brouwer ouve o aluno tocar uma composição sua, o "Elogio de la Danza", e no final o primeiro comentário é:  Con essa hay que hacer muchas mariconadas no? (traduzindo para os que têm o castelhano mais enferrujado: com esta tem de se fazer muitas paneleirices não é?). 
Mesmo dentro do meio há muita gente que só valoriza aquilo que os faz brilhar. As peças rápidas em que o intérprete passa por virtuoso, sejam fogo-de-artifício ou não. E por vezes, quando é outro tipo de repertório,  há quem passe por cima de muitas mariconadas que fazem com que a peça resulte.

Isto para dizer que estas peças me deram bastante trabalho a tocar, principalmente porque a simplicidade às vezes é mesmo difícil de atingir. Mas acho que importa pouco, no final, se isso é perceptível ou não. Agora se as coisas têm profundidade, com mais trabalho ou menos, essa profundidade tem de aparecer. Um intérprete de ego inflacionado cai facilmente no erro de achar que é a peça que não presta, quando é simplesmente ele que não consegue fazer com que ela soe bem.

O maior problema destes Preludios, para mim. é que a riqueza dos efeitos harmónicos se perde numa má acústica, ou numa gravação. E aínda assim conseguem ser bons. Enfim, amanhã eles começam a aparecer por aqui, e podem julgar por vocês próprios.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pequeno desabafo

Perdoem o som pré-histórico da minha máquina compacta... Proximos posts em audio, ou com meios emprestados!

Meditação - Garoto (Anibal Augusto Sardinha)

Meditação - Garoto (Anibal Augusto Sardinha) from Tiago Alexandre on Vimeo.

Descobri o Garôto numa entrevista de Paulo Bellinati, guitarrista e compositor brasileiro (a quem devo grandes momentos em palco com as suas peças para duo e quarteto de guitarras), e lembro-me de na altura achar estranho que ele tivesse dedicado tanto tempo a pesquisar, transcrever e arranjar a obra de um guitarrista (para mim) obscuro, dos anos 50.

Depois um dia ouvi duas peças por acaso, numa daquelas matrioskas que o youtube propicia, e percebi o porquê de tanto empenho do Paulo em divulgar a obra do Garôto. Tive o impulso imediato de querer tocar aquelas peças, aqueles pequenos portentos.

Hoje aqui estou, a tentar prolongar o espanto, a tentar dar o meu humilde contributo para que este compositor passe a ser menos desconhecido. Começo por esta Meditação, e nos próximos posts com obras do Garôto partilho também um pouco de informação sobre o homem.

Acerca de mim

A minha foto
Lisboa, Portugal
Contacto: tmc.alexandre@gmail.com
Guitar by
René Barslaag
Granada 2003
http://www.renebaarslag.es/
Aviso à navegação: as gravações apresentadas não sofreram qualquer tratamento ou montagem e são registadas no mínimo de takes possível. Pretendem aproximar-se mais de um registo ao vivo do que de um trabalho de estudio.